quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Setembrino Ramalho, diretor executivo da AGM, avalia o primeiro bimestre no comando do Tupi

A AGM – Gestão e Marketing assumiu o Tupi em junho de 2007. A nova diretoria, sob o comando de Setembrino Ramalho, teve um mês para formar e preparar um time para disputar a Série C do campeonato brasileiro, definir planos e metas e acertar as contas. Ao final de dois meses, o Tupi não conseguiu se classificar para a Série C e fechou o balanço com um saldo negativo. Em meio a algumas críticas e elogios, a nova diretoria do Tupi agora enfrenta a Taça Minas. Estreou com o pé direito, vencendo o Democrata de Sete Lagoas fora de casa. Setembrino se mantém otimista em relação ao progresso do time, avalia o desempenho desta nova gestão e garante: transparência é o principal foco desta gestão

Qual a sua avaliação geral sobre esses dois meses de administração do futebol do Tupi?

Em termos de gestão, avalio que tenha sido um período positivo. Eu havia me preparado para um período difícil, por isso conseguimos passar por esta fase. Mas em termos financeiros, como se pode ver, nós tivemos alguns problemas até com o plantel. Isso pode até ter sido causados por inexperiência minha, em particular. Neste ponto, o trabalho e a experiência do Adil, gerenciando o futebol, foi essencial para atravessarmos com sucesso esta fase.

E isso significa que para o senhor, como empresário, o Tupi seja um mau negócio?

Absolutamente não. Estamos trabalhando com um déficit contábil, mas uma outra coisa é operar com prejuízo no fluxo de caixa. Este está sendo operado normalmente, usado para pagar as contas do mês, salários de funcionários e jogadores, impostos e despesas dos jogos disputados, sem inadimplência. Estamos gerando receitas e esperamos recuperar este déficit nu futuro, melhorando principalmente a venda de ingressos para os próximos jogos. Existe um planejamento a médio e longo prazo, onde nosso objetivo é chegar à excelência.

Gostaria de ressaltar que a divulgação da prestação de contas da AGM não é uma estratégia nem uma justificativa para as nossas falhas no campeonato, é um cumprimento legal. A lei Pelé obriga as entidades de administração de desporto a comunicar em impresso padrão o balanço de seus rendimentos periodicamente. Publicaremos todos os nossos balanços, operando em déficit ou em superávit, mostrando que na nossa gestão a transparência é a meta principal.

E não houve um adiantamento da verba sobre os direitos de imagem para a Rede Globo, para o Campeonato Mineiro de 2008?

Realmente, a Rede Globo já repassou uma parcela desta verba para o Tupi, que por contrato de cessão de direitos, está sob a administração da AGM. Mas como foi dito, esta verba é destinada para o campeonato Mineiro do ano que vem e está devidamente aplicada, reservada apenas para a ocasião. Nós trabalhamos o Tupi como uma empresa e com essa política, não podemos ser irresponsáveis com uma verba que pertence ao Tupi e pode ser a garantia de futuro do time.

A sua relação com o Tupi é estritamente empresarial?

Inicialmente sim. Nós fomos convidados a fazer parte deste projeto, administrando o futebol do Tupi em conjunto com todas as empresas patrocinadores do time. Eu não cheguei vislumbrando grandes lucros financeiros, cheguei como um consultor com a tarefa de constituir uma sociedade rapidamente, reestabelecer os contratos e fazer as negociações com os patrocinadores. Dessa relação, surgiu uma oportunidade de fechar esta parceria, que me interessou como investimento. Daí surgiu a empresa AGM, devidamente criada para tomar conta de todos os processos que envolvem o futebol do Tupi.

No início, era um trabalho mais técnico, com o objetivo de gerir todo esse processo. Depois comecei a vislumbrar um projeto, pois me senti envolvido com o Tupi em dois aspectos: no emocional e no racional. O aspecto emocional predominou por algum tempo, o que é comum a qualquer torcedor, mas com todas as responsabilidades de gestão que assumimos, precisamos voltar ao domínio racional e empresarial. No meu ponto de vista, o envolvimento emocional é importante. Eu não estaria presente em todos os jogos, trabalhando para o Tupi de manhã, à tarde e à noite, se eu não fosse também um torcedor apaixonado.

A mudança de gestão foi um período complicado para o time, que como vocês mesmos divulgaram, partiu do zero. O que houve com os recursos que existiam na gestão anterior?

Quando assumimos o Tupi, toda a infra-estrutura nos foi oferecida a um valor inviável para a nossa realidade na época. No início da gestão, apenas um dos patrocinadores entrou com uma verba de patrocínio para começar a viabilizar este projeto e o valor que nos foi pedido pelos equipamentos pela sociedade que geria anteriormente estava acima até mesmo desta quota, em valores bem superiores às nossas possibilidades naquele momento. Então começamos aos poucos e chegamos até aqui com o apoio de todos os patrocinadores, que estão também bastante envolvidos com o nosso trabalho.

Não vamos atribuir méritos apenas à gestão da AGM, à gestão anterior ou qualquer outra. O Tupi está hoje participando de campeonatos importantes, se destacando no futebol porque tem uma história, tem 95 anos de tradição. Tudo o que foi feito ao longo deste quase um século não pode ser esquecido, nem deixado de lado em detrimento de disputas políticas ou interesses particulares. O Tupi tem uma vida independente e conquistará suas vitórias por mérito próprio.

Qual a relação da AGM com a torcida?

A torcida é fundamental para incentivar o time. Mas ela é, também, muito importante para a administração, para os patrocinadores, para todos os envolvidos. Temos um compromisso com a torcida, procuramos manter um relacionamento próximo e amigável, ouvimos críticas e sugestões, porque os considero prioridade para o Tupi.


Prestação de contas: AGM – Gestão e Marketing Ltda

Notas iniciais:
1) Nossa sociedade assumiu a gestão do futebol profissional do Tupi a partir de 01 de Junho de 2007.
2) Não recebemos quaisquer valores ou equipamentos da antecessora – Pan Produção e Comunicação Ltda.
3) No inicio da nossa administração adquirimos todos os equipamentos necessários ao funcionamento e manutenção da infra-estrutura do clube, atendendo todas as necessidades das atividades esportivas, refeitórios, escritórios e etc.
4) Iniciamos nosso processo de gestão somente com um adiantamento inicial de R$ 10.000,00 ofertado pela Medquímica Indústria Farmacêutica Ltda.
5) A partir do mês de Junho contratamos os patrocínios, ou seja, com as empresas: MRS, Medquímica, Unimed, Bahamas, Torp, Rafer e Luca’f, que prontamente nos atenderam através de valores monetários, serviços e alimentação.
6) Iniciamos o processo de cadastro junto a Prefeitura de Juiz de Fora para recebimento das verbas públicas e todos os setores envolvidos prontamente nos atenderam e foram ratificados os recebimentos dos valores referentes aos meses de Junho e Julho e conseqüentemente os demais meses conforme previsão orçamentária do Município.

RECEITAS:

- Patrocinadores: R$ 196.442,78
- Bilheteria R$ 3.701,65

TOTAL R$ 200.144,43

CUSTOS E DESPESAS:
-Tributários R$ 29.353,16
-Pessoal e encargos sociais R$ 142.536,36
-Operacionais R$ 111.379,25
-Financeiras R$ 893,26
-Multas R$ 1.000,00

TOTAL R$ 285.162,03

Resultado negativo no período R$ 85.017,60

-Contas a receber em agosto/2007
R$ 107.800,00
-Contas a pagar em agosto/2007
R$ 62.804,20
- Previsão de custos/despesas – agosto/2007
R$ 120.000,00

Déficit no Período R$ 75.004,20

Notas explicativas contábeis:

a) Receitas operacionais referem-se aos valores efetivamente recebidos dos patrocinadores e superávit na bilheteria somente no jogo com o Guarani.
b) Despesas tributárias: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e ISSQN.
c) Despesas com pessoal e encargos sociais: Salários jogadores, pessoal técnico, pessoal de administração e serviços gerais, adicionados dos encargos previdenciários e trabalhistas.
d) Despesas operacionais: Registros dos jogadores, Federação, Confederação, viagens, alimentação, comunicação, material esportivo, energia elétrica, água, benfeitorias, vale transporte e etc.
e) Despesas financeiras: bancárias e CPMF.
f) Multa aplicada pelo STJD a um determinado jogador que conseguimos substituir a pena de suspensão por cesta básica.
g) Contas a receber referem-se aos valores a receber em agosto de 2007 que serão utilizados para quitação das contas a pagar, advindas do mês de Julho de 2007.
h) Contas a pagar referem-se aos valores a pagar em agosto de 2007, que serão quitadas através das receitas recebidas neste mês.
i) Previsão de custos e despesas a serem pagas no mês agosto e outros custos e despesas, considerando que os vencimentos serão somente em setembro de 2007.

3 comentários:

Poemas assim! disse...

Gostaria de entender, de que forma a Gestão anterior alegou ter deixado em "caixa" quase 1 milhão de reais, será que havia apenas boas palavras e agora tudo esta sendo esclarecido?

Anônimo disse...

Fato é que o Sr. Setembrino não é nenhum santo. Investir em prejuízo eu duvido. O Tupi é muito maior do que tudo isso que vocês estão fazendo. Essa corja de ladrões visando política e altos lucros irão cair antes do final do ano. Aposto o que quiser.

Anônimo disse...

cade o dinheiro da globo?